Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes


O sol da verdade

Edição 2147 - Publicado em 15/Setembro/2012 - Página A4
Um objeto luminoso cruzou o céu e impediu que a execução do buda Nitiren Daishonin se consumasse. A seguir, o sol surgiu no horizonte iluminando a verdade sobre os fatos que estavam obscuros na conspiração tramada por autoridades e líderes religiosos contra Daishonin. Saiba detalhes sobre a Perseguição de Tatsunokuti - o dia do Hosshaku Kempon.

Relembrando


No dia 12 de setembro de 1271, centenas de soldados cercaram a casa de Nitiren Daishonin. Eles eram liderados por Hei no Saemon, o homem mais poderoso do governo militar japonês que prendeu Daishonin sem nenhum motivo.

A conspiração


Sobre essa prisão, o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, comenta: “Por trás desse ato de violência estava o arrogante sacerdote Ryokan do templo Gokurakuji. Daishonin não só havia refutado seus ensinamentos errôneos, como também havia exposto sua hipocrisia vencendo-o no desafio conhecido como a ‘oração pela chuva’. Não havia como comparar Ryokan a Daishonin — nem em relação aos ensinamentos que pregava, nem ao caráter e tampouco em termos de prova real de sua prática. Portanto, sua única saída foi manchar a imagem de Daishonin como um vilão. Ele tramou um plano; difamou-o perante os poderosos e suas esposas e espalhou boatos desprezíveis”.

Aumenta o tumulto


O Japão enfrentava uma crise sem precedentes e o povo sofria com calamidades e miséria. Conforme a previsão de Daishonin, a invasão mongol estava prestes a ocorrer, o que trouxe mais tumulto à nação.

O governo trama contra Daishonin


Se as advertências de Daishonin fossem ouvidas, o pior seria evitado. No entanto, os líderes do Japão não escutaram, pois não se importavam com o bem-estar do povo e se aproveitavam da crise para manter e fortalecer o poder. Como o buda Nitiren era um obstáculo para os objetivos escusos dos governantes, eles tramaram destruir a única pessoa que sabia como superar as calamidades.

Clero e governo se unem


Os clérigos, enlouquecidos de inveja, aliaram-se às autoridades, cegas de arrogância, porque tinham o objetivo comum de destruir Daishonin.

A decisão arbitrária de Hei no Saemon


“Nitiren Daishonin foi preso, exibido pelas ruas de Kamakura como um traidor e conduzido até a residência de Hojo Nobutoki, o governante da Ilha de Sado, lugar para o qual seria exilado. Porém, os homens de Hei no Saemon o removeram no meio da noite com a intenção de executá-lo em Tatsunokuti. Essa decisão não era uma sentença legal de morte, mas uma execução planejada conforme a vontade pessoal de Hei no Saemon e seu bando. Tudo se desenrolou encoberto pela escuridão. Eles tinham inveja e, ao mesmo tempo, medo do sol da verdade. A escuridão da natureza insidiosa do poder fervilhava, afiando sua cruel espada.”

O rugido do leão


“Na estrada de Wakamiya, a caminho do campo de execução, Daishonin desceu do cavalo e, fitando o templo Hatiman, reprovou rigorosamente o grande bodhisattva: ‘Eu, Nitiren, sou o maior devoto do Sutra de Lótus em todo o Japão e sou totalmente isento de culpa... é melhor que faça algo quanto antes!’ Essa declaração foi como o rugido de um leão advertindo as divindades celestiais, que juraram proteger o praticante do ensinamentos correto na assembleia em que o Sutra de Lótus foi pregado.”

A testemunha do momento crucial


Ao chegarem à Praia de Yui, Daishonin pediu ao jovem Kumao que informasse Shijo Kingo sobre sua iminente execução. Daishonin queria que seu fiel discípulo testemunhasse aquele momento crucial.

Seus últimos momentos


Tatsunokuti não tinha nenhuma instalação especial para execução. Apenas foi colocada uma esteira sobre a areia para a decapitação. Quando o executor ergueu a espada, pronto para desferir o golpe, Shijo Kingo não se conteve e irrompeu em prantos: “Estes são seus últimos momentos”. Porém, Daishonin o censurou dizendo: “Não chore. Você deve rir, pois não há maior alegria do que consagrar a vida ao Sutra de Lotus”.
Um fato extraordinário
No momento da execução, um objeto esférico tão brilhante quanto a lua cruzou velozmente o céu. A escuridão desapareceu num instante. O executor que brandia a espada ficou cego pelo intenso brilho do objeto e caiu ao chão. Os demais correram para longe apavorados sem entender o que havia acontecido.

O que teria sido o objeto luminoso?


“Estudos realizados demonstraram que pode ter sido um fragmento de meteoro na região das constelações de Áries e Touro. Essa foi a teoria do falecido Dr. Hideo Hirose (1901–1981), um eminente astrônomo japonês, ex-diretor do Observatório Astronômico de Tóquio e professor emérito da Universidade de Tóquio.”

Um enorme meteoro


“Ele formulou a hipótese de que a aparição do objeto luminoso no céu na noite do dia 12 do nono mês do oitavo ano da era Bun’ei (1271) ocorreu por volta da hora em que a lua se pôs, que ele calculou ser 3h44 [do dia 13]. Depois de analisar todos os dados, o Dr. Hirose concluiu que o objeto que apareceu por volta das quatro horas da manhã fora um enorme meteoro que se movia a uma altitude de 34 graus e a um azimute de 79 graus do Sul para o Oeste. O astrônomo deduziu que o objeto era parte da chuva de meteoros das constelações de Áries e Touro, originada do cometa Encke.”

Conclusão


“Uma intensa luz irrompeu da escuridão no exato instante em que Daishonin seria decapitado. Ele bradou aos soldados que fugiam dizendo-lhes que, se fossem cortar sua cabeça, deveriam fazê-lo antes do amanhecer. Porém, os homens de Hei no Saemon não se aproximaram devido ao medo. Pouco depois, longe no mar, um ponto carmesim começou a brilhar, estendendo-se da esquerda para a direita e erguendo-se até o horizonte ser visto. O alvorecer havia chegado. Os raios de sol se intensificaram rapidamente, fazendo o mar cintilar e o céu clarear. As nuvens foram tingidas com as cores do arco-íris. O astro dourado elevou-se majestosamente. Nesse momento, o Budismo do Sol irrompeu da profunda escuridão da ilusão fundamental para iluminar a Terra com seu brilho.”
Fonte: Todas as citações foram extraídas de Terceira Civlização, ed. 395, jul. 2001, p. 8.

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