Atualizado às: 18 de janeiro, 2006 - 10h25 GMT (08h25 Brasília)
 
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'The Guardian': Brasil quer financiar 'revolução energética' com exportações
 
Jornais

O jornal britânico The Guardian diz nesta quarta-feira que o Brasil está tentando “impulsionar sua revolução energética” na base das exportações.
 
O jornal afirma que o Brasil “está liderando o mundo na fuga dos combustíveis fósseis” com iniciativas como o incentivo ao uso de álcool.
“Os brasileiros têm dificuldades para se virar sem açúcar”, diz a reportagem.
“De manhã eles colocam quantidades imensas no seu café e, à noite, forram suas caipirinhas com colheradas cheias do produto. Agora eles estão cada vez mais colocando o açúcar em seus carros na forma de etanol.”
A reportagem diz que o objetivo do país é fazer com que os exportadores se beneficiem do etanol da mesma maneira que o mercado doméstico.
Mas observa que a falta de capacidade dos portos brasileiros e uma infra-estrutura de transportes antiquada podem evitar que “o Brasil faça uso de todo o seu potencial”.
Cerveja
O jornal financeiro The Wall Street Journal diz que a mexicana Femsa vai ter que “consertar” a Kaiser no Brasil, depois de completar a operação de aquisição da empresa nesta semana.
Mas a reportagem cita analistas internacionais segundo os quais a operação pode ser benéfica para praticamente todos os envolvidos.
A Femsa teria “a infra-estrutura e o conhecimento necessários para fazer a Kaiser voltar a dar lucro”, diz o jornal.
E a operação teria sido boa até para a americana Molson Coors, que teve prejuízo na operação, mas se livrou de um “albatroz”, uma figura de linguagem usada na língua inglesa para denotar algo que é um fardo para outrem.
Constrangimento
Na França, o Les Échos diz que o veto dos Estados Unidos à venda de aviões da Embraer para países como o Irã a Venezuela constitui um “constrangimento” para o governo brasileiro.
A reportagem afirma que a diplomacia brasileira ficou irritada com a “interferência dos Estados Unidos nas relações entre o Brasil e a Venezuela em um momento em que a Casa Branca parecia contar com Lula para desempenhar o papel de mediador junto a Hugo Chávez”.
O jornal observa que o veto americano às vendas para a Venezuela representa uma perda significativa para a Embraer.
Mas ressalva que “o quarto produtor mundial de aviões dificilmente pode se expor a um eventual embargo na medida em que as exportações para os Estados Unidos representam 80% de seus negócios”.
Morales e Bachelet
Em editorial, o americano Washington Post faz uma comparação entre os recém-eleitos presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Chile, Michelle Bachelet.
O jornal diz que, enquanto os dois se dizem socialistas, Morales representa “uma volta ao passado da América Latina”, enquanto Bachelet “estaria à vontade em um partido social-democrata da Europa Ocidental”.
“Um dos paradoxos da América Latina contemporânea é a lentidão, mesmo entre suas elites, para absorver as lições do sucesso chileno”, afirma o editorial.
Por sua vez, o El País, da Espanha, diz que cresce a polêmica na Bolívia com relação à roupa que Morales vai vestir durante sua cerimônia de posse no próximo domingo, com alfaiates, psicólogos e antropólogos opinando sobre como ele pode parecer “elegantemente sóbrio”.
Em recente viagem internacional, Morales chamou atenção por desfilar com roupas pouco usuais no circuito diplomático. Ele disse que se recusa a usar gravata, por exemplo, por ser “um símbolo da classe dominante”.
Apesar de todo o debate, a roupa da posse segue um mistério, ainda que, segundo a reportagem, um senador aliado do governo tenha adiantado que Morales “vai usar meias novas”.

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