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SUA FELICIDADE CRIA A PAZ MUNDIAL

Edição 530 - Publicado em 13/Outubro/2012 - Página 16
Aprenda com o Budismo como isto é possível


Gandhi. A educação consiste em ser um modelo positivo

Descontrole. O excesso de doces prejudica a saúde

Ação voluntária. Unicidade entre revolução humana e Kossen-rufu cria o espírito altruístico

Incentivo. Presidente Ikeda encoraja os jovens a se dedicar ao Kossen-rufu em sua quarta visita ao Brasil (1993)
A paz mundial é o objetivo primordial do Budismo Nitiren. Não significa ausência de guerras. É a paz que nasce das ações que têm como objetivo a felicidade de cada indivíduo. O Budismo define paz como Kossen-rufu – o movimento no qual cada pessoa faz da felicidade dos outros e da sua própria o solo para cultivar a cultura de paz.
Defender a causa daqueles que sofrem e combater as forças do mal que provocam esse sofrimento é a missão de cada ser humano. Saiba mais sobre essa visão clara e abrangente do Budismo Nitiren que ensina como a sua felicidade pode criar a paz.

“Que milagre o senhor realizou?”


A felicidade de uma pessoa cria a paz quando nasce da disposição de mudar primeiro a si próprio, e essa mudança contagia os que estão ao nosso redor. Veja um episódio vivido por Mahatma Gandhi, contado pelo presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda.
Um menino de 7 anos gostava muito de doces. Ele os comia em grande quantidade. Com isso, começaram a aparecer furúnculos em seu corpo inteiro. Por mais que seus pais ralhassem para que parasse de comer doces, ele não dava ouvidos. Sempre que havia doces por perto, ele simplesmente apanhava alguns para comer quando ninguém estivesse olhando.
Preocupada, a mãe do menino o levou até Gandhi e pediu-lhe que conversasse com ele para que não comesse mais doces. Após ouvir a mãe, Gandhi disse: “Por favor, volte dentro de quinze dias e eu conversarei com ele”.
Ela ficou perplexa, mas fez exatamente como foi pedido e retornou quinze dias depois. Gandhi chamou o menino num canto e não levou mais que um minuto para conversar com ele. Isso foi o bastante. Surpreen­dentemente, a partir daquele momento o menino parou de comer doces.
A mãe do menino ficou confusa, imaginando que tipo de milagre Gandhi havia efetuado em seu filho. Alguns dias depois, ela foi até Gandhi e perguntou: “Que tipo de milagre o senhor realizou?”. Ele respondeu que não havia sido um milagre. “Pedi à senhora que voltasse dentro de quinze dias”, disse ele, “porque eu precisava parar de comer doces durante quinze dias e assim poder pedir ao seu filho que parasse de comer doces também”. Ele havia dito isso para o menino, e afirmou que não tocaria em nenhum doce até que os furúnculos sarassem e ele pudesse comer doces novamente.
Mahatma Gandhi vivia segundo o princípio de que “eu desafiarei a mim mesmo, então, por favor, desafie você também”. E foi assim que ele transformou a atitude do garoto.
Detalhe importante, a família do menino também adorava e sempre comia doces. Não é de surpreender que não tenham conseguido convencê-lo a parar de comer doces.
Sobre esse fato e a postura de Gandhi, o presidente Ikeda comenta: “Essa era a convicção de Gandhi e o segredo do carisma de sua liderança. (...) A essência da não violência encontra-se na capacidade de educar as pessoas, e a educação consiste em ser um modelo positivo. (...)
“Os líderes de cada área da sociedade devem ser os primeiros a dar o exemplo. Devem, em primeiro lugar, sentir as dificuldades e os sofrimentos e lutar com o espírito de sacrificar-se pelo futuro.
“Como as pessoas suportaram a amarga luta pela independência da Índia? Havia tantos obstáculos para conseguir a autonomia que muitos consideravam isso impossível. Mas o povo ainda assim seguiu Gandhi. Por quê? Porque ele nunca pediu aos outros que fizessem nada que ele mesmo não tivesse feito. Gandhi sempre marchou à frente dos protestos. Ele sempre se dirigiu para os locais onde aconteciam as maiores crises e os sofrimentos. Essa é de fato a essência da não violência. Ou seja, mudar a si próprio primeiro e, com essa transformação, mudar o coração dos outros” (A Grande Correnteza para a Paz, v. 6, p. 114-116).

Kossen-rufu e o voluntariado


Conforme o episódio vivido por Gandhi, a mudança de si mesmo transforma o coração dos outros. Essa atitude é essencial para toda ação voluntária e é o que defende o Budismo Nitiren.
Perceba que a postura de Gandhi em relação a um garoto de 7 anos é a mesma que ele teve em relação à luta pela independência da Índia.
Kossen-rufu começa com a pessoa que está bem diante de você.
O conceito budista chamado Kossen-rufu esclarece que essa mudança de si mesmo é a base e a principal força da transformação positiva da sociedade.
Essa visão também é conhecida como “revolução humana”, princípio defendido e aplicado pela SGI em todas as suas ações voluntárias a favor da paz.

Motivações egoístas ou altruístas?

Quando o assunto são ações voluntárias, é necessário que as ações sejam sustentadas pela consciência social e nunca pela satisfação do ego, segundo a análise psicanalítica da Dra. Rachele Ferrari, psicanalista, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP (pesquisa publicada na revista Psique, ed. 60, dez. 2010).
A psicanalista esclarece: “Parece que há que se ter uma especial atenção aos trabalhos dos voluntários que se propõe a uma ação cuidadora diretamente com outro ser humano, isto porque as motivações inconscientes podem tanto indicar um genuíno interesse em contribuir com o outro, como podem apontar para o uso do outro, para atender às suas próprias questões psíquicas mal ou insuficientemente resolvidas (uma forte carência, uma imperiosa necessidade de reconhecimento social, um estranho afã de salvar o mundo a qualquer custo, certezas absolutas sobre o melhor modo de vida para o outro etc.). Nesse último caso, está claro que a ação voluntária, teoricamente tão benevolente, não teria praticamente nada de útil para quem a recebe” (Ibidem, p. 31).

Fazer o bem... a quem?


De nada adianta uma ação voluntária quando a pessoa usa o beneficiário para satisfazer suas questões mal resolvidas. Ela não produz nenhum efeito na vida de quem as recebe e nem de quem faz.
A Dra. Rachele ressalta: “É muito frequente que as pessoas sejam movidas para o voluntariado por um desejo de reparar experiências malogradas de sua própria vida, de preencher faltas, de projetar no outro também todo o sofrimento e assim se sentir, digamos, purificado desse mal. Se olho o outro como estando numa situação de tanta penúria, isso me faz ver a minha vida mais leve, mais fácil, algo como: ‘Coitado do outro: ficou com toda a desgraça humana!’. É impressionante isso, mas não é incomum esse tipo de atitude diante de uma população beneficiá­ria, pessoas que dizem: ‘Quando estou aqui nesse abrigo, vejo tanto sofrimento que volto para casa achando minha vida uma maravilha!’. Parece que quem está ‘fazendo o bem’ para esse sujeito é a tal criança do abrigo, que lhe ‘faz o favor’ de assumir ‘toda’ desgraça do mundo em sua vida e, assim, aliviar o sofrimento do voluntário” (Ibidem, p. 27-28). Tripé fundamental
A Dra. Rachele Ferrari continua: “O altruísmo é fundamental para a vida em sociedade, porém, isso é algo que precisa ser desenvolvido, o que só pode ocorrer num grande trabalho de autoconhecimento e reflexão.
“É possível traçar um paralelo entre o trabalho do voluntário que se põe a cuidar de pessoas com o trabalho do psicanalista, guardada as devidas proporções, evidentemente. O fato é que ambos se põem a lidar com o sofrimento alheio. Como psicanalistas, temos como tripé fundamental em nossa formação o estudo da teoria, a supervisão com um psicanalista mais experiente e um longo período de análise pessoal. Só assim nos vemos em condição de exercer esse ofício” (Ibidem, p. 30).
Nessa mesma linha, a Dra. Isabel Kahn, doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, adapta o tripé fundamental no movimento do voluntariado. Ela afirma: “Fazer um trabalho social, ajudar o próximo, só é possível se forem garantidas condições de reflexão, a supervisão [como conhecemos em Psicanálise], para que haja suporte [treinamento] a alteridade, aos estranhamentos, à potência criada em cada encontro. Só assim o outro – beneficiado – não estará a serviço do narcisismo do benfeitor, cativo de sua demanda de amor, de sua proteção, da ‘boa vontade’. Um encontro que não se sustenta apenas na compaixão e que permite ao sujeito assistido se afirmar em seu lugar social, a partir de suas competências, resgatando aquilo que lhe é de direito” (Ibidem, p. 31).
O perigo das motivações egoístas
Segundo as pesquisadoras, podemos perceber o perigo oculto por trás das motivações egoístas que são confundidas com altruísmo, pois afeta direta e negativamente no bem-estar da população. A gravidade e os efeitos negativos aumentam quando os “falsos movimentos voluntários” adquirem poder político e financeiro.
Um claro exemplo é a situação do Japão no século 13 ­— período em que viveu o Buda Nitiren Daishonin e quando surgiu a filosofia adotada pela SGI.
Naquela época, os sacerdotes das escolas budistas eram responsáveis pelas ações voluntárias em favor do povo, além das cerimônias religiosas e até mesmo as obras públicas que visavam à arrecadação fiscal de uma população cada vez mais empobrecida.
As motivações egoístas tornavam-se maiores à medida que crescia o poder político e financeiro dessas escolas atribuído pelo governo, provocando mais sofrimento ao povo.
“Os preceitos dessa escola [Preceitos-Verdadeira Palavra, liderado por Ryokan] não só se referiam à religião, mas também à criação de sistemas para a administração estável do governo político e fiscal”, segundo Masaaki Morinaka, vice-coordenador do Departamento de Estudo do Budismo da Soka Gakkai (TC, ed. 426, fev. 2004, p. 24).
A ação de Daishonin era rigorosa em relação ao sofrimento do povo provocado pela corrupção e degeneração dos líderes religiosos que foram incumbidos pelo governo como responsáveis pelo bem-estar da população. Além disso, esses mesmos sacerdotes adulteravam o ensinamentos do budismo para justificar suas ações degeneradas.
O Buda Nitiren Daishonin percebeu as motivações egoístas por trás dos diversos movimentos de voluntariado liderados pelos sacerdotes budistas de sua época.
Sobre isso, o presidente Ikeda comenta: “Enquanto Daishonin estava exilado em Izu, o governo pôs em marcha um sistema de regras [políticas e fiscais] realmente temível, no qual Ryokan desempenhou papel fundamental.
“Daishonin enxergou tudo isso claramente e, por essa razão, a partir de 1260, concentrou-se em denunciar os erros da escola Preceitos-Verdadeira Palavra e também os da Zen e Nembutsu. Sem se descuidar dessa aliança infame, Daishonin advertiu que esse tipo de conluio levaria a um sofrimento e a uma confusão ainda maiores” (Ibidem).
No escrito “Diálogo entre um Sábio e um Homem Ignorante”, Daishonin denuncia abertamente as fraudes de Ryokan: “Ouvi dizer que os sábios de antigas eras que observavam os preceitos não podiam sequer pronunciar as palavras ‘matar’ ou ‘acumular riquezas’, e que por isso as substituíam por eufemismos que conotassem pureza, e que quando viam uma mulher bonita, começavam a meditar tendo em mente a imagem de um cadáver. Mas se examinarmos a conduta dos sacerdotes de hoje, que supostamente observam os preceitos, veremos que acumulam sedas, riquezas e joias, e que se ocupam de emprestar dinheiro pensando nos juros. Já que há tanta divergência entre o que pregam e o que praticam, por que alguém haveria de acreditar neles?
“E com relação à construção de estradas e de pontes, isso só causa problemas à população. As atividades de caridade no Porto de Iijima e a coleta de arroz na Barreira de Mutsura têm trazido infelicidade a muitas pessoas, e a colocação de barreiras ao longo das sete estradas das províncias impôs dificuldades aos viajantes. São coisas que estão acontecendo diante de seus olhos. Será que não veem o que está acontecendo?” (WND, p. 102)
Conforme declara Katsuji Saito, coordenador do Departamento de Estudo do Budismo da Soka Gakkai: “Daishonin detalha a hipocrisia e as tendências antissociais de Ryokan e de outros sacerdotes da escola Preceitos. Aos olhos das pessoas, Eizon e Ryokan empreendiam ações de caridade em defesa dos marginalizados. No entanto, isso também era uma encenação. Quando realizavam cerimônias com o propósito de coletar oferendas, eles elogiavam as pessoas das classes sociais mais baixas como ‘personificações do Bodhisattva Manjushiri’. Mas, geralmente, tratavam-nas como pecadoras possuidoras de um grande mau carma e as exploravam impondo-lhes trabalhos pesados” (TC, ed. 426, fev. 2004, p. 25).
O Sr. Morinaka relata: “Um pesquisador descreve os sentimentos daqueles que eram tratados assim: ‘Ao término da cerimônia, provavelmente a única coisa que restava àquelas pessoas marginalizadas eram os objetos doados e a falsa consciência, transmitida durante toda a cerimônia, de que sua baixa posição social se devia ao seu destino cármico [sobre o qual não tinham controle]’” (Ibidem).
Três pontos essenciais
Para superar a difícil situação do povo e redirecionar as ações das escolas budistas, Nitiren Daishonin sugeriu três pontos essenciais, conforme o seguinte trecho de um escrito:
“Para acender uma fogueira, são necessários três coisas: um bom pedaço de aço, uma boa pederneira e um bom material inflamável. O mesmo vale para a oração. Três coisas são requeridas — um bom mestre, um bom praticante e uma boa doutrina — para que as orações sejam eficazes e os desastres banidos do país” (END, v. VI, p. 219).
Pela postura de Daishonin e sua luta contra o poder corrupto e autoritário, que era a principal causa do sofrimento das pessoas de sua época, percebemos uma correta visão a respeito da paz e da felicidade que significa defender a causa daqueles que sofrem e combater as forças do mal que provocam esse sofrimento.

Pontos semelhantes


Budismo
Um bom mestre
Uma boa doutrina
Um bom praticante Psicanálise
Psicanalista mais experiente
Estudo da teoria
Período de análise pessoal
VOLUNTARIADO
Supervisão
Treinamentos, informação
Autoconhecimento e reflexão

Revolução Humana e Kossen-rufu


“Defender a causa daqueles que sofrem e combater as forças do mal que provocam esse sofrimento — esta é a nossa missão”, de acordo com o presidente Ikeda (TC, ed. 416, abr. 2003, p. 14).
Ao aplicar essa mesma visão no âmbito individual, percebemos que não basta apenas buscar a felicidade, é preciso combater a causa da infelicidade.
A felicidade conquistada por meio dessas duas ações é considerada absoluta. E contagia todos ao redor, produzindo a paz à medida em que mais pessoas, inspiradas por esse exemplo, passam a agir com a mesma disposição de conquistar a felicidade superando a causa da infelicidade.
Esse é um erro comum das pessoas em geral, que na busca pela satisfação de seus desejos, ignoram tudo aquilo que é capaz de provocar o sofrimento e roubar a felicidade de si mesmas. Quando despertamos e passamos a agir nas duas frentes, realizamos a nossa revolução humana.
À medida que revolucionamos nossa vida, adquirimos maior capacidade de ajudar aqueles ao redor. Essa é a relação de unicidade entre revolução humana e Kossen-rufu. É a felicidade que cria a paz mundial.
A esse respeito, o presidente Ikeda destaca: “‘Revolução humana’ é uma expressão contemporânea para ‘atingir o estado de Buda’ [iluminação], enquanto ‘uma revolução que tudo abrange’ refere-se ao Kossen-rufu. A relação entre os dois movimentos assemelha-se ao movimento da Terra que, enquanto faz a rotação em torno de seu próprio eixo, orbita simultaneamente em volta do Sol. A rotação da Terra em seu eixo produz o dia e a noite, ao passo que seu movimento ao redor do Sol produz as quatro estações. Envoltos pela luz da Lei budista, também experimentamos ‘tanto a noite como o dia’ durante a criação de nossa história de revolução humana rumo ao aprimoramento infinito. Também experimentamos o ‘inverno e a primavera’ à medida que damos continuidade ao empolgante drama do Kossen-rufu através das estações” (BS, ed. 1.321, 27 maio 1995, p. 4).
De acordo com o Budismo, da unicidade entre revolução humana e Kossen-rufu, surge o verdadeiro espírito altruístico capaz de tornar genuína qualquer ação voluntária ao mesmo tempo em que proporciona felicidade insuperável.

Conceitos principais


Revolução humana
é conquistar a felicidade e combater as causas da própria infelicidade no âmbito individual. Kossen-rufu
é defender a causa daqueles que sofrem e combater as forças do mal que provocam
sofrimento.
Como combater as causas da infelicidade?
Por mais complexa que seja a nossa sociedade em seus diversos segmentos, ela é formada por seres humanos e se desenvolve a partir das relações entre as pessoas.
O movimento do Kossen-rufu pode ser realizado por qualquer indivíduo, pois tem como ponto de partida a revolução humana de cada um e de sua atuação a favor daqueles ao seu redor.
De acordo com o Budismo, a mudança da sociedade é a mudança de cada pessoa. E o aspecto humano a ser combatido é o que a filosofia budista chama de escuridão fundamental ou Rei Demônio do Sexto Céu, que é a raiz de todo o mal e a natureza maligna do poder.
Conforme afirma o presidente Ikeda: “O Demônio do Sexto Céu é a tendência de buscar usar tudo e todos como um meio. Em certo sentido, esta é uma tendência natural que todos os seres possuem” (BS, ed. 1.425, 9 ago. 1997, p. 3).
Encontramos o padrão de comportamento de utilizar as pessoas e as circunstâncias como meio nos exemplos apresentados no início desta matéria:
No sacerdote Ryokan, que se valeu de sua posição e das pessoas do povo para enriquecer e adquirir poder.
No voluntário, que vê na criança do abrigo um alívio para o seu próprio sofrimento.
Em ambos os casos, eles utilizam tudo e todos como meios para satisfazer a si mesmos. Analisando de outro ângulo, buscam somente a felicidade sem combater a causa da infelicidade que é a escuridão fundamental.
Qual a solução?
Sua felicidade cria a paz quando você transforma a causa que provoca a infelicidade. E essa causa é a escuridão fundamental. Transformar a causa da infelicidade é superar a tendência de usar tudo e todos como meios. A solução é considerar a felicidade das pessoas como seu objetivo, que é o oposto de usá-las em benefício próprio.
Para mudar essa tendência negativa, é preciso fundamentar sua vida nos três pontos essenciais: um bom mestre, um bom praticante e uma boa doutrina.
Você pode ter seus objetivos pessoais, o importante é fazer deles um motivo para realizar sua revolução humana. Ou seja, quando a felicidade dos outros é o nosso objetivo, nossos desejos individuais e nossas conquistas servem como inspiração para as pessoas. Ao fazer de nossas alegrias e tristezas motivos para criar um avanço positivo ainda maior em nossa vida, criamos valores em nós e nos outros e, assim, transformamos a sociedade a partir do nosso interior.
Conclusão
Kossen-rufu não é somente ajudar o próximo, é também mudar a si mesmo. Essa mudança é a superação da causa da infelicidade, que é a escuridão fundamental. E, para vencê-la, é preciso um bom mestre, um bom praticante e uma boa doutrina.
Assim, as ações altruísticas não serão motivadas pelo egoísmo e sim pela benevolência que se manifesta na disposição de mudar a si próprio primeiro [revolução humana], e essa transformação muda o coração dos outros.
O presidente Ikeda disse: “Quando nos baseamos no grande desejo pelo Kossen-rufu, então tudo, cada situação, assume um valor para nossa vida. Tudo ao nosso redor tem significado; nenhum esforço é desperdiçado. Daishonin clama: ‘Todos os meus discípulos devem alimentar o grande desejo de atingir a iluminação [revolução humana]’” (BS, ed. 1.406, 15 mar. 1997, p. 3).
Portanto, a felicidade que cria a paz é aquela que serve como inspiração para os outros e brota de todas as ações que têm como objetivo o bem-estar das pessoas ao redor. Ao adotarmos essa postura, vivemos baseados no grande desejo pelo kossen-rufu .

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