Kofi Annan quer assento permanente para A.Latina no Conselho Segurança da ONU

 

Washington, 18 out (EFE).- O ex-secretário geral da ONU Kofi Annan propôs nesta quinta-feira a criação de "mais cinco ou seis assentos permanentes" para que todas as regiões do mundo se sintam representadas no Conselho de Segurança das Nações Unidas e considerou "indefensável" que a América Latina não tenha um.

Em uma conferência em Washington, Annan opinou que a ONU deve ser reformada e criticou que se mantenha a mesma estrutura de 1945.

"A estrutura atual reflete a realidade de 1945. O mundo mudou e a estrutura deveria mudar", acrescentou o diplomata ganês durante uma conferência no centro de estudos Brookings.

O ex-titular do organismo internacional entre 1997 e 2006 assinalou que, com a estrutura atual, "é mais possível que as pessoas entrem em conflitos de interesse em vez de colaborar".

"Se não houver reforma, o castelo vai cair", advertiu Annan, que acredita, no entanto, que a eliminação do poder de veto dos membros permanentes é algo que "não vai ocorrer".

"Para tirar o poder de veto, seria necessário o aval das pessoas que tem esse poder", lembrou o diplomata com um sorriso.

Annan participou da conferência para apresentar seu livro de memórias "Interventions: A Life in War and Peace", publicado no último dia 4 de setembro e no qual descreve desde sua infância em Gana até sua entrada no mundo diplomático.

O Conselho de Segurança da ONU está composto por 15 membros, dos quais cinco (França, China, Reino Unido, Estados Unidos e Rússia) são permanentes e contam com poder de veto.

Os outros dez são escolhidos pela Assembleia Geral do organismo por um período de dois anos e se repartem de acordo com os grupos regionais que formam o órgão legislativo da ONU.

Países como Brasil, Índia e Japão tentam ampliar o Conselho de Segurança, tanto em número de membros temporários como em permanentes, e defenderam que a África esteja sempre representada. EFE

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