História do Japão

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A história do Japão (日本の歴史 ou 日本史 Nihon no rekishi / Nihonshi?) é a sequência de eventos ocorridos no arquipélago japonês, com o surgimento de fatos únicos influenciados pela sua natureza geográfica enquanto nação insular, assim como por eventos inculcados por influência do Império Chinês que definiram a sua linguagem, a sua escrita e também a sua cultura política. Por outro lado, o Japão foi ainda influenciado pelo Ocidente, convertendo-se numa nação industrial. Assim, exerceu significante esfera de influência e expansão territorial na região do pacífico, contudo, após a Segunda Guerra Mundial estacou, mantendo-se uma nação industrial com laços relativos à tradição cultural do país.
Após a última idade do gelo, por volta de 12.000 AEC, o rico ecossistema do arquipélago japonês promoveu o desenvolvimento humano. O aparecimento das primeiras pessoas no Japão data do Paleolítico à cerca de 35.000 anos.[1] Entre 11.000 e 500 AEC estes povos desenvolveram um tipo de cerâmica designada de Jomon, sendo esta considerada a mais antiga do mundo. Posteriormente surgiu uma cultura conhecida como período Yayoi onde eram desenvolvidas ferramentas de metal, assim como o cultivo do arroz. Neste período existiram várias tribos, contudo o período mais predominante foi o Yamato.[2] Séculos depois, os governantes deste período reforçaram a posição do país, começando a disseminar-se por todo o arquipélago sob um sistema centralizado, debruçando-se sobre as inúmeras tribos existentes e alegando a sua ascendência divina. Entretanto, o governo central havia começado a assimilar os costumes próprios da Coreia e da China. Esta rápida imposição de tradições estrangeiras havia produzido uma certa tensão na sociedade japonesa e, no ano 794 a corte imperial fundou uma nova capital, Heian-kyō (actual Kyoto), dando origem a uma cultura completamente aperfeiçoada da aristocracia. Contudo, o sistema centralizado havia sido um fracasso nas províncias e iniciou-se um processo de privatização de terras, dando origem a um colapso na administração pública e a um rompimento na ordem pública. A aristocracia necessitava então da ajuda de guerreiros para proteger a suas propriedades, dando origem à classe samurai.
Em 1192 Minamoto no Yoritomo foi nomeado xogum (ditador militar) do Japão, pelo imperador, marcando o início do regime feudal Xogunato (ou bakufu) do Kamakura, uma instituição militar permanente que governaria durante quase setecentos anos. A corte vê assim o seu poder transferir-se para os samurais sob tal regime militar. A eclosão da Guerra de Ōnin em 1467 provocou uma série de guerras que se estenderam por todo o Japão, um período que culminou em 1573, quando Oda Nobunaga começara com a unificação do país, que não havia terminado, devido a uma traição feita por um dos seus principais generais. Toyotomi Hideyoshi conseguiu vingar a morte do imperador, completando a unificação em 1590.[3] Com a sua morte, o país ficou novamente dividido em dois lados, os que apoiavam o seu filho Toyotomi Hideyori e os apoiavam um dos principais daimyo, Tokugawa Ieyasu. As duas vertentes enfrentaram-se então durante a Batalha de Sekigahara, da qual leyasu saiu vencedor, sendo oficialmente nomeado shōgun em 1603, instaurando-se o Xogunato Tokugawa, também conhecido como período Edo. O período Tokugawa foi caracterizado como pacífico, uma vez imposta uma nova política de relações internacionais designada de Sakoku, para evitar o contacto com o exterior. Este isolamento teve o seu término em 1853, quando Matthew Calbraith Perry forçou o Japão a abrir portas e assinar uma série de tratados com as grandes potências estrangeiras (tratados desiguais), causando desconforto entre alguns samurais que apoiavam o imperador a favor da retoma do seu papel na política.[4]
O último xogum de Tokugawa renunciou o cargo em 1868, dando início à era Meiji, em homenagem ao imperador Meiji que havia assumido o poder político. Iniciou-se então a modernização do país com evacuação do sistema feudal e dos samurais, a capital foi transferida para Tóquio. Iniciou-se um forte processo de ocidentalização e o Japão emergiu sobre o mundo, enquanto primeiro país asiático industrializado. O Japão encontrava-se num processo de expansionismo territorial sobre as nações vizinhas, originando conflitos com o Império Russo e o Império Chinês. Com a morte do imperador Meiji, o país havia-se convertido numa nação moderna, industrializada, com um governo central, assim como uma super potência na Ásia, rivalizando com o ocidente. Isto reflectiu-se numa explosão social devido ao crescimento económico e populacional, começando a conquistar terreno sobre o extremismo político, sendo que em 1930 a expansão militar acelerou e o país confrontou a China pela segunda vez. Após a eclosão da guerra na Europa, o Japão aproveitou-se da situação para ocupar outras áreas territoriais da Ásia. Durante o ano de 1941, as relações diplomáticas entre o Japão e os Estados Unidos complicaram-se quando o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt tinha interrompido o fornecimento de petróleo para o Japão e congelado todos os créditos japoneses nos Estados Unidos. A 7 de dezembro de 1941 o Japão ataca Pearl Harbor, levando o país para a Segunda Grande Guerra enquanto parte de um dos contendores da guerra, as "potências do Eixo". Apesar de uma série de vitórias iniciais, o Japão veio a sofrer derrotas frente aos aliados em batalhas como é exemplo a Batalha de Midway, alterando consequentemente os papéis na Guerra do Pacífico. Depois dos violentos Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, o Japão apresentou a sua incondicional rendição. Isto impulsionou a ocupação das forças estadunidenses, as quais desmantelaram o exercito, libertaram as zonas ocupadas, o poder político do Imperador foi suprimido e o primeiro ministro elegido pelo parlamento.
Em 1952 o Japão havia recuperado a sua soberania após a assinatura do Tratado de San Francisco, crescendo economicamente com a ajuda da comunidade internacional. Politicamente, o Partido Liberal Democrata do Japão, de tendência conservacionista, governou quase ininterruptamente no pós-guerra. Com o início da era Heisei, o Japão sofreu uma crise económica nos anos de 1990, enfrentando um declínio da taxa de natalidade e um rápido envelhecimento da população. Em princípios do século XXI, o Japão começa a reformar as práticas que regem a reforma da sociedade pós-guerra, assim como o governo e a economia, acrescentando uma significante mudança política em 2009 com a ascensão ao poder do Partido Democrático do Japão.

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