Zona do euro chega ao quinto ano de crise sem projeções otimistas



09/08/2012 - 10h53 | Roberto Almeida | Londres

Zona do euro chega ao quinto ano de crise sem projeções otimistas

BCE calcula que a recessão para este ano é maior do que se pensava e Grécia vê desemprego entre jovens explodir


Na esteira do Reino Unido, que se viu obrigado a cortar suas previsões de crescimento para 2012, o BCE (Banco Central Europeu) divulgou nesta quinta-feira (09/08), em seu relatório mensal, um recuo nas projeções do crescimento da economia da zona do euro em 2013. O órgão reduziu a estimativa anterior, de 1%, para um provável crescimento de apenas 0,6% no ano que vem.

A crise do euro começou há exatos cinco anos com a crise de crédito em instituições financeiras. O jornal britânico The Guardian lembrou que o dia 9 de agosto de 2007 foi marcado pela primeira intervenção do BCE e do Tesouro dos EUA no mercado financeiro, com uma injeção de 90 bilhões de dólares. Pouco depois do aporte, quebraram Northern Rock e Lehman Brothers e a economia global entrou em recessão.

Segundo o BCE, a recessão para este ano é maior do que se calculava inicialmente. A economia do bloco deve ter uma contração de 0,3%, e não 0,2% como o esperado. Para analistas, o corpo de economistas do BCE admitiu que as condições da economia da zona do euro devem mesmo piorar, e não o contrário, como se estimava em boletins dos meses anteriores.



O mesmo aconteceu com o Banco da Inglaterra, que lançou números bastante otimistas para a economia britânica, apesar de seu maior período de recessão em 50 anos, com queda de 1% na produção no primeiro semestre. Ontem, o banco afirmou pela primeira vez que o PIB do país deve ficar perto do zero em 2012 e apontou o dedo para a "interminável" crise do euro.

Grécia

A taxa de desemprego na Grécia voltou a bater recorde. De acordo com a Elstat, agência de estatísticas grega, a taxa ficou em 23,1% em maio deste ano, ante 16,8% em maio de 2011. Ao todo, 320.540 pessoas perderam o trabalho nesse período de turbulência no país. O número absoluto de gregos desempregados superou pela primeira vez a casa de sete dígitos, chegando a 1,15 milhão. Em abril deste ano, a proporção de desempregados já havia alcançado 22,6% da população ativa.

Entre jovens de 15 a 24 anos, o desemprego já atinge mais da metade da população compreendida nesta faixa etária: segundo a agência grega, o índice de desocupação chegou a 54,9%, quase o triplo de quatro anos atrás, quando o valor era de 19,6%. Ou seja, enquanto antes um em cada cinco jovens não encontrava um trabalho, hoje isso ocorre com mais da metade entre eles. Para o BCE, o déficit da economia grega deve continuar até 2014.
 

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