Profecias sobre o fim do mundo só aumentam insegurança, pondera leitor


Profecias sobre o fim do mundo só aumentam insegurança, pondera leitor

LEITOR RAFAEL DO AMARAL JÚNIOR
DE BELO HORIZONTE (MG)


Não é de hoje que ouvimos que o fim do mundo está próximo. Tenho 58 anos e já ouvi em várias épocas da minha vida o temido apocalipse.


Na infância, a moda era a mensagem de Nossa Senhora de Fátima na qual dizia que o terceiro dos três mistérios somente seria revelado, no futuro, pelo papa, que ouvira a confissão das crianças pastoras. Seria anunciado antes da morte da última delas, no caso, a irmã Lúcia. Diziam, também, que o papa Paulo 6° (1963-78) desmaiou quando leu a última revelação, uma vez que se referia ao fim do mundo.
Na era do papa João Paulo 2°, foi revelada uma profecia sobre o assassinato do sumo pontífice, que seria sucedido, pouco antes do final dos tempos, por um papa negro. Os dois primeiros "mistérios" referiam-se, sucessivamente, à visão do inferno e a conversão da União Soviética. Pelo menos, era assim que se contava naquele tempo.

De lá para cá, veio a falsa citação bíblica que dizia que "Mil passará e dois mil não chegará" do profeta Nostradamus, referindo-se ao ano 2.000. Profetas do fim do mundo, afirmavam que Jesus Cristo teria dito isto, quando indagado sobre o final do mundo.

Choques de asteroides, terremotos, maremotos, mudança de eixo da terra, nova era glacial, explosões solares, pragas, câncer, Aids, profecias de Nostradamus, estudo de Newton, e um sem número de profecias, vem abalando o sossego humano desde sempre e alimentando a moderna indústria cinematográfica, que bate recorde com os seus filmes do chamado cinema catástrofe.

Norman Kuring-04.jan.12/Nasa
Uma imagem "Blue Marble" da Terra feita Nasa
Imagem "blue marble" da Terra feita pela Nasa   

Evidente a tendência de elevarmos exponencialmente o nosso nível de insegurança neste mundo incerto, onde não sabemos de onde viemos, nem para onde iremos. Quando descobrimos, a cada novo dia, através da ciência, o caos que impera no universo e a insignificância do nosso planeta no cenário cósmico.
Impossível negarmos o sentimento de insegurança acarretado pelas contingências existenciais, a não ser que sejamos muito "desligados", seja através de algum sentimento de fé ou por absoluta falta de reflexão mais aprofundada quanto ao destino humano, além da alienação mental, é claro.

A bola da vez, agora, é a previsão dos Maias sobre o fim da humanidade ou da quase totalidade desta, em 21 de dezembro de 2012, com o alinhamento do sol e dos planetas do sistema solar, incluindo a Terra, com o centro da nossa galáxia. Especulações sobre o pico máximo da atividade solar e a inversão dos polos magnéticos do nosso planeta, que poderão ocorrer em 2012, segundo previsões científicas, isto mesmo, científicas, robustecem os cálculos dos Maias que possuem outros tantos estudos válidos
e interessantes.

Recentes observações sobre a oscilação dos polos magnéticos da Terra confirmam a aceleração, nos últimos anos, do deslocamento do polo Norte magnético, que passou de 8 km para 60 km por ano, em aceleração crescente. Por outro lado, a ciência prevê o clímax da atividade solar para 2012, que inicia o seu ciclo a cada 11 anos. Nos últimos anos, ocorreu uma surpreendente calmaria da atividade solar, já despertada por explosões impressionantes para o mundo científico.
Dizem os cientistas que a mudança dos polos magnéticos ocorrem repentinamente a cada 780 mil anos, como confirmado por análises de gelos profundos dos polos e de rochas, e que já estamos com este tempo vencido, podendo acontecer a qualquer momento.

Preveem que se tal ocorrer, no clímax da atividade solar, seria como dar um tiro de cartucheira numa bola de futebol a uma pequena distância, pois o nosso planeta perderia o seu manto magnético protetor por alguns dias, meses ou anos, tornando-se extremamente vulnerável à imensurável energia solar liberada pelas suas explosões, além do ataque dos raios cósmicos de diversas naturezas.
Resta-nos cruzar os dedos e rezar para que tudo isto não coincida ou contenha erros de cálculo. Deus nos livre!

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