Doenças neurodegenerativas

Estudo consegue reverter problema genético que leva a sintomas do Parkinson

Vitamina K2 foi capaz de recuperar produção de energia celular que estava comprometida em insetos com quadro semelhante ao da doença

Técnica desenvolvida por pesquisadores permite visualizar caminhos que levam ao núcleo subtalâmico, pequena região do cérebro onde eletrodo é implantado para parar tremores relacionados ao Parkinson
Vitamina K2, presente em vegetais, pode recuperar atividade mitocondrial nas células, que são comprometidas em pessoas com Parkinson (Thinkstock)
 
Pesquisadores do Centro para a Biologia da Doença VIB, na Bélgica, em experiência com insetos, conseguiram  reverter mutação genética que leva a sintomas do Parkinson. De acordo com os resultados do estudo, publicados na edição desta semana da revista Science, a vitamina K2, presente nos vegetais de folhas verdes, recuperou as atividades das mitocôndrias nas células dos insetos que serviram de cobaias. As mitocôndrias são as estruturas responsáveis por fornecer energia às células. Uma atividade mitocondrial reduzida leva uma pessoa a apresentar problemas como tremores e rigidez muscular.

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mitocôndria
MITOCÔNDRIAS
As mitocôndrias são estruturas responsáveis por fornecer energia, a partir da quebra de nutrientes, para as células. Esse processo é conhecido como respiração celular. O número de mitocôndrias por célula varia muito, de milhares a poucas. A quantidade depende da função da célula. Células musculares, que necessitam de muita energia para funcionar, têm mais mitocôndrias que células nervosas, por exemplo.

As causas da Doença de Parkinson ainda não são totalmente conhecidas. Porém, estudos anteriores já descreveram algumas mutações genéticas apresentadas por portadores da doença, como as chamadas mutações PINK1 e Parkin, ambas relacionadas à redução das atividades mitocondriais nas células. Segundo os autores do trabalho atual, pacientes com Parkinson têm a atividade das mitocôndrias comprometida. Com energia insuficiente, parte das células no cérebro dos doentes morre e, consequentemente, a comunicação entre os neurônios é interrompida. Os resultados desse quadro são problemas como a falta de certos movimentos, tremores e rigidez muscular.

Essa pesquisa foi feita com moscas-da-fruta, as drosófilas (Drosophila melanogaster). Por terem curtos períodos de vida e de ciclo de reprodução, esses insetos são comumente utilizados em experimentos. Os pesquisadores alteraram geneticamente as moscas e selecionaram aquelas que tinham um defeito nos genes associados à Doença de Parkinson em humanos. Eles observaram que aquelas com defeitos nos genes PINK1 e Parkin perderam a capacidade de voar e apresenavam um problema na atividade das mitocôndrias - mesmas características de pessoas com Parkinson. Quando receberam a vitamina K2, porém, a atividade mitocondrial das moscas foi recuperada e a produção de energia celular, reestabelecida.
Os autores concluíram que a vitamina K2 pode desenvolver um papel fundamental no tratamento da Doença de Parkinson. Para comprovar isso, os próximos passos da equipe serão pesquisas em outros animais e, futuramente, em seres human

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