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O belo florescer da amizade e confiança

Edição 524 - Publicado em 14/Abril/2012 - Página 4

Traduzido do editorial do Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, publicado na revista Daibyakurengue, edição de abril de 2012


Presidente Ikeda incentiva o estudante Eiji Nishio, durante sua visita à República Dominicana em 1987. Atualmente, Eiji é o coordenador da DJ de seu país

Presidente Ikeda encontra-se com o reitor russo Sandovnichy, no Memorial Makiguti de Tóquio em 2002
Vamos adornar nossa existência
Com uma grande vitória,
Tal como o sol de primavera
“É importante dialogar. A partir dessa atitude, certamente, nascerá uma descoberta.”¹ Estas são palavras de Victor Antonovich Sadovnichy, reitor da Universidade Estadual de Moscou e meu precioso amigo.
Assim como o sol de primavera derretendo o gelo do inverno, o vibrante diálogo enche o coração das pessoas com renovada energia e cultiva o florescer da confiança mútua.
Na “Tese sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação”, escrita pelo Buda Nitiren Daishonin em 1260, o “viajante” lamentava a ocorrência de desastres naturais e calamidades. Ele diz ao hospedeiro: “É certo que hoje a paz do mundo e a estabilidade da nação são almejadas tanto pelo governante como pelo súdito e desejadas por todos os habitantes do país. (...) Agora, se o senhor conhece alguma forma de evitar os desastres e acabar com as calamidades, gostaria de ouvi-lo” (END, v. 1, p. 41 e 42).
Como sobrepujar os sofrimentos e a infelicidade causados pelos desastres que assolam a sociedade atual e abrir um caminho para a paz e a felicidade do povo? Quanto maiores a seriedade e o sentimento das pessoas, mais avidamente elas buscam uma resposta concreta.
Baseados na Tese de Daishonin, nossos esforços para encontrar e dialogar com as pessoas criam um mundo pacífico e próspero para todos, e constroem um círculo de amizade cada vez maior. Juntos, encontramos um caminho repleto de esperança, levando sabedoria e força às pessoas para superarem as dificuldades e os obstáculos. Nessa ação encontra-se a expansão da amizade Soka.
***
Nitiren Daishonin, durante seu exílio na Ilha de Sado, ao incentivar Shijo Kingo que enfrentava uma difícil situação, afirmou: “Mesmo um desconhecido é capaz de dar a vida por você se abrir seu coração para ele” (WND, p. 444). O sincero diálogo e a confiança mútua fazem nascer o laço entre os seres humanos, protegendo um ao outro, mesmo com o risco de perder a própria vida.
Enquanto sofria grandes perseguições, Daishonin transformava em aliados até mesmo seus inimigos. Com Abutsu-bo e Seniti-ama, por exemplo, ele firmou laços do juramento entre mestre e discípulo que transcendiam a morte.
Todas as pessoas têm o potencial para uma mudança positiva. Por acreditarmos na natureza de Buda de cada ser humano, não prejudicamos nem desprezamos ninguém. Oramos para a felicidade de todas as pessoas, acreditamos nelas, dialogamos sinceramente e as ajudamos a estabelecer uma relação com o Budismo.
Durante a guerra fria, abri os caminhos do diá­logo hasteando a bandeira dos princípios de paz, cultura e educação. Em setembro de 1974, tive a audaciosa iniciativa de viajar para a União Soviética comunista. Lá, dialoguei com líderes e com pessoas de primeira categoria. Ao tomar a decisão da viagem, estava ciente de que enfrentaria difamações e pressões, tanto internas quanto externas.
Agora, quatro décadas depois, não só na Rússia, mas em 192 países e territórios, meus companheiros da SGI ampliam os alegres diálogos de esperança e convicção com aqueles que os rodeiam.
Recordo-me das palavras do segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, o mestre do diálogo: “Quando ajudamos as pessoas a formar uma relação com o Budismo, sem falta, elas mudarão de maneira positiva, por meio do poder da Lei Mística. Essa mudança é o mais agradável benefício da prática budista. Quando nossa voz recita o Nam-myoho-rengue-kyo, repercute na vida da outra pessoa como fortes ondas de rádio. Para fazermos isso, a chave é a coragem!”
Há uma querida pioneira da DF do Distrito Hodogaya na Província de Kanagawa com quem tive a oportunidade de lutar desde o início de nosso movimento. Ela sempre realizou grandes contribuições para o Kossen-rufu. Todas as vezes que eu tinha de ir a Kansai para o julgamento do processo do Incidente de Osaka,² ela e o marido compareciam na estação ferroviária de Yokohama para me acompanhar e se despedir. Jamais me esquecerei deles.
Esta mãe Soka expressava seu ardente espírito Soka para triunfar resolutamente sobre a ação da maldade que bloqueava a luta do Kossen-rufu naquela época. Ela criou fortes laços de amizade com a vizinhança, desde a sua atuação como integrante do grupo Young Mrs. (Jovens Senhoras). Mais tarde, teve um importante papel na associação de bairros de sua localidade, ganhando a confiança e o respeito de toda a vizinhança.
Hoje, ela continua a batalhar energicamente em prol do Kossen-rufu, colocando os nomes dos seus amigos diante do Gohonzon e orando pela felicidade de cada um deles. Essa companheira da DF dialoga com seus amigos sobre os ideais e princípios do Budismo Nitiren e da SGI.
No “Registro dos Ensinos Orais” (Ongui kuden, em japonês) de Nitiren Daishonin consta: “‘Dançar com alegria’ significa despertar para a verdade de que os dois elementos em nós, nosso corpo e nossa mente, são a Lei Mística” (GZ, p. 722). Quando despertamos para o fato de que a nossa vida é a própria Lei Mística, sentimos uma grande alegria, impossível de ser contida; surgem exorbitantes e calorosos incentivos às pessoas.
Como o Sol, que não poupa seu brilho, vamos iluminar o coração dos nossos companheiros sem poupar a nossa voz. Assim como consta nos escritos: “A voz executa o trabalho do Buda”.
Sempre que há
Um diálogo do Kossen-rufu
A boa sorte floresce,
Multiplicando-se por mil e
Exala o perfume de milhões de
Flores da felicidade.
1. Traduzido do japonês. IKEDA, Daisaku; Sadovnichy, Victor A. Atarashiki Jinrui o, Atarashi Sekai o — Kyoiku to Shokai o Kataru [Um nova humanidade, um novo mundo — Um discurso sobre Educação e Sociedade]. Tóquio, Ushio Shuppansha, 2002. p. 124.
2. Incidente de Osaka: Em 1957, o presidente Ikeda, então responsável pela Secretaria da Divisão dos Jovens da Soka Gakkai, foi preso e injustamente acusado de ter violado a lei eleitoral numa eleição suplementar para a Câmara dos Vereadores de Osaka. Ao final do processo judicial, que se arrastou por quase cinco anos, ele foi totalmente inocentado de todas as acusações.

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