Relato


Para sempre com o mestre no coração

Edição 2130 - Publicado em 05/Maio/2012 - Página A6
Existe uma frase de autoria de Mahatma Gandhi que diz: “É o sofrimento, e só o sofrimento, que abre no homem a compreensão interior.” E com base em uma frase do Gosho, o presidente Ikeda afirma: “Quando uma pessoa fraca, que é como a rocha, é queimada nas chamas do sofrimento e da dificuldade, é derrotada e se torna cinzas. Mas a pessoa forte, que é como o ouro, triunfa, e é transformada em puro ouro”1. Weber Luiz Fraga da Silva, responsável de distrito da RE Mato Grosso (CRE), experimentou em sua juventude o “fundo do poço” em vários aspectos: financeiro, espiritual, social, pessoal etc. No entanto, por possuir a fé, o budismo, o mestre e ser forte, conseguiu transformar o sabor amargo das derrotas em uma certeza de vitória que hoje carrega como seu juramento: ”Deste caminho eu jamais fugirei! Em meu peito pulsa o coração do mestre! A Gakkai é o ar que respiro!” Por seu exemplo, muitas pessoas estão se aproximando do budismo. Em 2011, Weber objetivou realizar dez Chakubuku com sentimento de gratidão. Concretizou 14 até setembro. E ainda somou mais três antes de voar para o Japão em janeiro deste ano para ir ao encontro do mestre.


Weber no Japão. Após concretizar 17 Chakubuku com espírito de gratidão, ele voou para o encontro com o Mestre
Maravilhosa curiosidade
O encontro de Weber com o budismo ocorreu quando ele tinha vinte anos na cidade de Rondonópolis, estado do Mato Grosso, em 1988. Era um jovem sem trabalho, nenhuma perspectiva ou objetivo futuro, vida leviana, à beira de sucumbir às drogas. Ao conhecer Markeline, tornou-se seu amigo constante de estudo, saídas para festas, boas conversas. De tanto ela falar dele para a mãe, esta lhe convida para ir à sua casa. Quando chegou à casa da moça, havia uma senhora orando diante de uma espécie de altar e ele ficou estático. Parou por alguns minutos ali, prestando atenção, e tentou acompanhá-la.
“Devido a essa minha maravilhosa curiosidade, recebi o convite para participar da reunião budista. Nesse convívio surgiu dentro de mim a grande vontade de querer ser alguém, de vencer. Passei a recitar muito Daimoku”, conta.
Weber recebeu seu Gohonzon em 17 de julho desse mesmo ano.
Armadilhas do carma
De origem pobre, seu maior sonho era proporcionar uma vida digna aos seus pais. Ele decide se mudar para Cuiabá a fim de continuar seus estudos. Lá, aspectos negativos de seu carma e de estados de vida inferiores se manifestam. Weber não reconhecia a maldade, ser gerente de um prostíbulo parecia até benefício pelo salário que recebia. Por manter a constante recitação de Daimoku, um desentendimento o faz despertar para novos caminhos e o traz de volta aos companheiros da BSGI e à órbita do Kossen-rufu.
Tornar-se integrante do Gajokai foi fundamental: “Fazer parte desse grupo foi uma das maiores razões da minha mudança de conduta e de postura. Aprendi a ter dignidade, respeitar as pessoas, dar valor à vida. Senti que precisava recuperar a confiança das pessoas, dos meus familiares”. Em 1991, com incentivos dos amigos do grupo e da sua irmã, ingressa à faculdade, deixando a família orgulhosa e feliz.
Reviravoltas
Por meio do treinamento no grupo e de sua prática sincera, Weber passa a ter benefícios da prática budista. Dedica-se de corpo e alma no trabalho, mesmo que não tivesse seu esforço reconhecido, e aproveita as oportunidades para expressar sua gratidão ao mestre com a atuação nas atividades. Desafiou adquirir um apartamento para consagrar o Gohonzon num lugar digno e concretizou esse sonho com a ajuda dos pais. Também havia comprado um carro com a intenção de utilizá-lo para as atividades.
Mas as instabilidades financeiras investem forte em sua vida: “Tive de devolver meu carro, porque não tinha mais condições de pagar e as prestações do apartamento subiam assustadoramente, virando uma bola de neve. Fiquei desesperado. Deixei minha irmã no apartamento e fugi. Fui dominado novamente pela maldade, só que agora não conseguia mais fazer Daimoku. Sentia-me envergonhado e fracassado, um lixo. Abandonei a faculdade, o emprego, o imóvel, a família e me mudei para São Paulo”.
Recomeço
“Dormia num banheiro desativado na casa de uma família. Pensava a todo o momento nas pessoas que havia abandonado e uma tristeza cortante me consumia por dentro. Era humilhado onde estava, passava necessidades, mas sabia que tudo era meu carma. E somente eu poderia mudar aquilo. Sofri muito, mesmo, em São Paulo. E decidi voltar naquela condição para Cuiabá para recomeçar do fundo do poço”, relata. Na cidade mato-grossense, é informado que seu imóvel foi tomado pelo banco. Não tinha mais nada. Só a sua vida, e decidiu consagrá-la pelo mestre e pelo Kossen-rufu. Voltou para o amado grupo, desta vez com os juramentos de jamais abandonar a Gakkai, o Gohonzon e o mestre, e nunca trair a confiança dos companheiros gravados profundamente no coração: “Coloquei a missão do Kossen-rufu em primeiro lugar e me dediquei ao máximo. Aprendi a não aceitar a derrota, desafiar até vencer, sempre. Tornei-me uma pessoa forte, que consegue transmitir coragem e esperança a todos. Foi com esses tropeços e dores que entendi a importância do mestre e da SGI em minha vida.”
Construção
Após concluir a faculdade de educação física em 1997, Weber é contratado pelo clube onde cumpriu o estágio e inicia a construção de sua nova vida. Em vinte anos de dedicação na DMJ, chegou a responsável pela divisão da Região Estadual, reconquistando a confiança e o respeito de todos a sua volta.
Atualmente, como Pilar de Ouro da BSGI, além de dar aulas de educação física, atua na área artística como ator, diretor e dançarino, mora em um apartamento quitado e tem seu carro para utilizar para atividades da BSGI. Tudo isso criou nele uma força para realizar Chakubuku.
Campeão de Chakubuku
Lendo as publicações da Organização, Weber aprendeu com Madalena Landi, campeã de Chakubuku da BSGI: “Para fazer Chakubuku é necessário quatro coisas: gratidão, coração, oração e convicção.” Com o coração repleto de gratidão, e munido de muito Daimoku, sem dúvida estava preparado para contribuir pela propagação da felicidade. Por estar sempre ladeado de pessoas, a oportunidade estava perto. “De que forma posso falar sobre o budismo para esta pessoa?”; “como posso conduzir essa pessoa a conhecer o Nam-myoho-rengue-kyo?” — questionando a si próprio em meio à recitação de Daimoku, procura contribuir para que cada vez mais pessoas possam encontrar o seu caminho da verdadeira felicidade e realização que ele encontrou.
Em 2011, decidiu fazer uma grande transformação na vida, objetivou a recitação de três horas de Daimoku e a concretização de dez Chakubuku. No mês de setembro, completou 14 conversões, e foi convidado a participar do Curso de Aprimoramento da SGI no Japão no começo de janeiro de 2012. Partiu rumo ao encontro com o mestre com 17 Chakubuku concretizados como expressão de sua profunda gratidão por tudo. O grupo da DS da qual fez parte recebeu o nome de “Monarcas do Kossen-rufu do Brasil da Nova Era”.
Para sempre com o mestre
“Para corresponder a todas as expectativas do Ikeda Sensei, continuo firme nessa nobre missão. Além de cuidar das 17 novas famílias convertidas, já estou preparando mais dez, cinco para cada semestre. Tudo é planejamento. Realizar Chakubuku não é fácil, mas posso afirmar que é maravilhoso fazer as pessoas felizes. E além dessa felicidade que experimentamos, acumulamos boa sorte e conseguimos transformar quaisquer circunstâncias. Isso não é extraordinário?“, pergunta Weber, que acrescenta: “Sigo o exemplo do maior campeão de Chakubuku, que é o presidente Ikeda. Realizar o Chakubuku representa o aprimoramento da minha fé. Só sei que não existe nada mais digno e puro que prezar cada pessoa, e esse é o próprio espírito do Chakubuku.”
Orando diariamente com sinceridade para encontrar com pessoas que queiram praticar o Budismo Nitiren, com eterno coração jovem e apaixonado, Weber visualiza o grande avanço do Kossen-rufu em seu estado e pelo Brasil afora.
Nota:
1. BS , edição nº 1276, de 11 de junho de 1994, p. 3.

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