SOBRE BUDISSMO EM ROO-MT

Boa tarde 28 de março!







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Marcos Kouiti Sakamoto Kikuta kouitikikuta@yahoo.com.br

16:37 (1 hora atrás)







para Claudionor, Eduardo, Janailson, Antonio, douglas_roo7, Luciene, Claudio, Golberi, Sandro, Anderson, George, agnaldolima82, arildo, Pedro, cidaribeirobsgi, Katia, Fabio, Luciano, Yuly, milena_mini, Aline, Maria, Valdeci, Thatyana, Irene






Boa tarde à todos!!! Como vão??


Hoje vou mandar aos senhores um texto do BS. Espero que seja de grande proveito.


Melos, um jovem camponês, venceu as mais duras provas, inclusive a morte. Quando foi preso injustamente, ele pediu ao rei tirano que o deixasse ir ao casamento de sua irmã mais nova. Melos garantiu ao rei que retornaria à prisão após o casamento.
O rei não acreditando que o trato fosse cumprido, dispôs-se a fazê-lo mediante maldosa proposta. Ele lhe concederia o pedido, se houvesse alguém disposto a ser executado em seu lugar. Caso não retornasse dentro de três dias, antes de o Sol se pôr, essa pessoa seria executada. Seu fiel amigo, Serinuntius, voluntariou-se.
O rei, descrente, sugeriu a Melos que não voltasse, deixando que o amigo fosse morto, pois assim obteria sua liberdade.
Após assistir ao casamento de sua irmã, ele iniciou seu retorno. Venceu vários obstáculos impossíveis, para corresponder a um honrado amigo. A caminhada era demasiadamente penosa e, na metade da jornada, suas forças já haviam se esgotado. Não conseguindo dar um passo sequer, caiu ao chão, chorando. Em sua mente, surgia o pensamento:
Oh! Você chegou até aqui, venceu as correntezas e os bandidos terríveis que queriam lhe derrotar a todo o custo. Como pode ser tão covarde? Seu estimado amigo morrerá por ter confiado em você. Você será o homem mais mesquinho e covarde deste mundo. Será tal qual o rei desejou.
Melos repreendia a si mesmo. Seu corpo, exausto, não obedecia. Não conseguia nem mesmo se mover. E continuou refletindo:
Quando o cansaço é muito grande, atinge até a consciência. Os maus pensamentos, impróprios a um herói, tomam conta da pessoa. Eu me esforcei tanto! Jamais pensei em não cumprir minha promessa. Corri até não poder mais. Não sou covarde. Oh! Se pudesse, abriria meu peito e mostraria meu coração. Este coração que pulsa com o sangue do amor e da sinceridade. Porém, sou um homem infeliz.
Todos rirão de mim. Minha família também será desprezada. Eu traí a confiança de um amigo. Fraquejar no meio do caminho é o mesmo que ser derrotado desde o começo. Oh! Não há remédio. Talvez seja o meu destino. Serinuntius, perdoe-me. Você sempre confiou em mim. Eu também nunca o traí. Sempre fomos amigos. Nunca fomos atacados pela desconfiança, nem mesmo por um instante. Mesmo agora, creio que esteja me esperando. Obrigado, Serinuntius. Muito obrigado por ter tanta confiança em mim! Quando penso nisso, fico desesperado. Serinuntius, corri, jamais pensei em traí-lo. Creia-me, corri como um louco. Outra pessoa não conseguiria chegar aonde cheguei... Agora, nada mais me importa. Deixe-me. Fui derrotado. Sou mesmo fraco. Ria-se. O rei disse-me para que chegasse atrasado, pois assim mataria o refém e salvaria minha vida. Odiei a atitude sórdida do rei. Porém, agora estou agindo como ele queria. Cheguei tarde. O rei rirá satisfeito e me soltará sem implicar. Quando isto acontecer, sofrerei muito mais do que se morresse.
Serinuntius, morrerei também. Deixe-me morrer junto com você. Sei que acredita em mim, apesar de tudo, não é?
Ou será que isso é apenas otimismo da minha parte? Oh! Não! Talvez eu viva como um traidor. Tenho uma casa na aldeia. Quem sabe minha irmã não me expulse de lá.
Justiça, sinceridade, amor. Pensando bem, tudo isto é bobagem. Mate outra pessoa para viver. Não seria esta a lei deste mundo dos homens?
Tudo é bobagem. Sou um traidor desprezível. Faça como quiserem.
Desfalece, enfim, chorando, estendido ao chão. De repente, ouviu o barulho de uma correnteza ali perto. Levantou-se cambaleando e viu a água que surgia de uma rocha. Curvou-se um pouco como que absorvido pela mina. Tomou um gole. Deu um longo suspiro, parecia acordar de um sonho ruim. Conseguiu andar. Recobrando a energia, viu renovar a esperança, embora mínima. A esperança de cumprir o dever, de dar a vida pela honra.
Alguém me aguarda, confiante, sem duvidar um pouco sequer. Não me pertenço. Minha vida nada vale. Não posso pensar em ser perdoado se morrer aqui. Devo recompensar a confiança em mim depositada. No momento, isso é o mais importante. Corra, Melos! Alguém confia em você! Aquele pensamento que me ocorreu há pouco foi o sussurro de um demônio, um pesadelo que eu tive. Devo esquecer. Agora sim, poderei morrer como um herói. Oh! O Sol já vai desaparecer. Espere-me! Oh! Desde que eu nasci, fui um homem honesto. Quero morrer como tal.
Empurrando as pessoas, Melos corria desesperadamente.
— Guarda, sou eu! Sou eu quem deve morrer. Sou Melos, quem fez deste homem um refém. Estou aqui.
Gritando, ele subiu no cadafalso e agarrou-se aos pés de seu amigo.
— Serinuntius!, disse com os olhos marejados. Bata-me com força. No meio do caminho, tive um mal pensamento. Se não me bater, não terei o direito de abraçá-lo. Bata!
Serinuntius assentiu com a cabeça e o esbofeteou fortemente. Depois, sorrindo disse:
— Melos, bata-me também com o mesmo ardor que lhe bati. Nestes longos dias de espera, por um instante, duvidei de você. Se você não me bater, não poderei abraça-lo.
Melos esbofeteou-o com toda a força. Os dois amigos abraçaram-se chorando e falando ao mesmo tempo:
— Obrigado, amigo.
Depois, choraram de alegria. O povo chorava também. O rei Dionísio, o tirano, que assistia à cena do meio da multidão, aproximou-se e disse:
— Vocês venceram. Venceram meu coração incrédulo. Agora sei que a sinceridade não é mera ilusão sem fundamento. Por favor, façam de mim um companheiro de vocês. Peço-lhes de coração, permitam-me ser seu amigo.
O povo bradou, extasiado de alegria.


Fonte: BS, edição no 1.059, 18 de novembro de 1989, p. 5.
Abração à todos!
Câmbio Desligo!

Kouiti Kikuta

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