Jamais permita que roubem seu ânimo


Jamais permita que roubem seu ânimo




continuação da edição anterior

Subitamente, o demônio se transforma em Taishaku e acolhe o menino em seus braços. Louvando a postura de Sessen-doji, de não poupar a própria vida pelo budismo, Taishaku lhe explana sobre a iluminação. Algo que não se pode perder de vista ao ler essa parábola budista do Sessen-doji é que o menino se lançou para a boca de uma divindade budista disfarçado de demônio.

Acredito que esse cenário tem o significado de um alerta, e nos ensina que, no nosso caminho em busca da Lei, não podemos ser influenciados de maneira alguma por aspectos como caráter, status social ou cargo do outro. Independentemente de quem e como ele seja — mesmo um demônio —, devemos manter nossa busca constante e contínua à Lei, sem qualquer hesitação, pois esse é o caminho para a nossa iluminação.

Parábola do brâmane
que suplica pelo olho


Por outro lado, no Tratado sobre o Sutra da Perfeita Sabedoria (Daichido-ron), existe a parábola do brâmane que suplica por um olho.

Conta-se que Sharihotsu, em seu empenho para obter a iluminação por meio da prática do Caminho do Bodhisattva, deparou com um brâmane que pediu que lhe doasse um dos olhos. Sharihotsu arranca um de seus olhos e entrega ao brâmane, mas este sequer lhe agradeceu. Pior, disse que o olho doado era fétido, cuspiu nele, jogou-o no chão e ainda pisou sobre ele.

Sharihotsu ficou indignado. Pensou: “Não conseguirei salvar alguém como ele!”, e acaba por abandonar a prática do Caminho do Bodhisattva.

É um sentimento muito natural no ser humano ficar mais motivado e se dedicar com mais entusiasmo na mesma proporção com que suas ações e seus resultados são valorizados ou elogiados pelos outros ao redor. É responsabilidade do líder reconhecer e destacar aqueles que dedicam sinceros e admiráveis esforços, louvá-los e incentivá-los.

JAMAIS PERCA A MOTIVAÇÃO


No entanto, mesmo que seus esforços não sejam reconhecidos ou valorizados, jamais pode acontecer de alimentar ódio ou rancor pelos líderes ou pelas pessoas à sua volta; tampouco perca a motivação por isso. Esse tipo de atitude apaga todo o benefício e toda a boa sorte acumulados e interrompe o seu desenvolvimento.

A prática budista é uma batalha contra a maldade que existe dentro de si. A maldade se utiliza de todos os tipos de táticas e artimanhas para roubar o ânimo das pessoas que tentam se dedicar bravamente em prol da fé. A maldade age para destruir seu coração.

Pode acontecer de vocês serem invadidos por pensamentos como: “Por que só eu tenho de fazer tudo isso?”, "Por que só eu sofro tanto assim?" Contudo, o Gohonzon está ciente de tudo. Sob a luz do princípio de causa e efeito da vida, quanto mais dedica esforços e se empenha na prática budista, mais acumula boa sorte na vida.
 
 
Edição 2166 - Publicado em 02/Fevereiro/2013 - Página A2

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