Centro-esquerda e Bersani lideram pesquisas na Itália, mas Berlusconi avança



Centro-esquerda e Bersani lideram pesquisas na Itália, mas Berlusconi avança

Pesquisas não poderão mais ser divulgadas até o fim da eleição; pode haver empate no Senado


A coalizão de centro-esquerda de Pier Luigi Bersani ganharia as eleições gerais na Itália nos dias 24 e 25 de fevereiro, segundo as últimas pesquisas de opinião divulgadas nesta sexta-feira (08/02). No entanto, foi registrado um avanço na coligação de direita de Silvio Berlusconi, o que pode afetar a governabilidade devido a um empate que ocorreria nas vagas do Senado.
 
As pesquisas, últimas a poderem ser divulgadas na Itália antes das eleições, mostram um crescimento de Berlusconi nas últimas semanas o que colocaria a sua coalizão a sete pontos do grupo de centro-esquerda.
 
A coligação "Itália, Bem Comum" conseguiria entre 34 e 38% dos votos, enquanto Berlusconi alcançaria entre 28 e 30%. O resultado deixaria a centro-esquerda com maioria absoluta na Câmara de Deputados.
 
A grande incógnita nas próximas eleições fica para os resultados no Senado. O complicado sistema eleitoral italiano prevê a atribuição das cadeiras de acordo com os resultados regionais.
 
As diferentes pesquisas publicadas hoje coincidem em mostrar que o voto na região da Lombardia será decisivo, já que das 49 cadeiras que serão distribuídas, 27 vão para a coalizão ganhadora. O resto será dividido entre os demais partidos, assim como na Sicília, onde são atribuídas 14 cadeiras ao ganhador e 11 ao resto.

O clima de incerteza e de tensão vivido durante o governo de Romano Prodi (2006-2008) vem sendo lembrado nestes dias, quando existia uma diferença de apenas dois votos no Senado e uma ausência ou a decisão dos senadores vitalícios era determinante.

O avanço de Berlusconi, segundo os analistas, se deve ao fato de que parte dos eleitores da centro-direita decidiu voltar a votar nele depois das últimas promessas eleitorais.

Sobre as intenções de voto pesaram os compromissos de abolir o imposto sobre a primeira moradia, reintroduzido pelo governo tecnocrata de Mario Monti, assim como devolver o dinheiro desembolsado por esta taxa em 2012.

Outros dados que emergem nestas últimas pesquisas é que Monti, que decidiu se lançar na política apoiado por uma coalizão de centristas, não conseguirá superar os 16%.

A solução para conseguir uma maioria no Senado seria uma aliança com Monti após as eleições, mas as diferentes opiniões entre a área mais à esquerda da coalizão de Bersani e os centristas tornam esta alternativa pouco viável.

A imprensa destaca também em suas manchetes o êxito que conseguirá a chamada "antipolítica" encarnada pelo Movimento Cinco Estrelas do comediante Beppe Grilo, que obteria 16% e se transformaria - à margem das coalizões - no terceiro partido mais votado.

Grilo, com sua lista eleitoral formada por autônomos, donas de casa, estudantes e inativos, ganha nestas últimas semanas o voto de muitos indecisos e, sobretudo, daqueles descontentes com a "velha" política. As pesquisas indicam que conseguirão entre 50 e 60 deputados.


08/02/2013 - 10h04 | Agência Efe | Roma





 

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