16.junho.2010 10:56:49
Extrema direita dos EUA declara guerra contra a Copa do Mundo
O pessoal do Tea Party está assoberbado: xinga a expansão do governo, a reforma do sistema de saúde, duvida da certidão de nascimento do Obama…e agora, o futebol, essa coisa de estrangeiros que mancha a cultura Apple Pie.
Com o bom desempenho do time americano no jogo contra a Inglaterra, os tradicionais fãs de beisebol e futebol americano estão mais entusiasmados com a Copa do Mundo. Mas isso é resultado de uma “conspiração da esquerda”, dizem os conservadores. “Futebol é um jogo de pobre”, disse o analista conservador Dan Gainor, do Media Research Center, em rede nacional: “A esquerda está impondo o ensino de futebol nas escolas americanas, porque a América está se ‘amarronzando’ (cresce o número de hispânicos). “
Para Matthew Philbin, do centro de pesquisas de direita Culture and Media Institute, “a mídia liberal sempre se sentiu desconfortável com o o excepcionalismo americano, o fato de nós sermos únicos entre as nações, sermos líderes; e os esquerdistas são contra nossa rejeição ao futebol, da mesma maneira que são contra nossa rejeição ao socialismo”. O radialista Mark Belling foi além. “Eles estão nos enfiando futebol goela abaixo”, disse Belling no programa de rádio de Rush Limbauygh, ouvido por 20 milhões de americanos.Para eles, o futebol é um esporte estrangeiro, que não pertence à cultura tradicional dos Estados Unidos.
O fato é que o futebol conquistou tantos adeptos nos Estados Unidos nos últimos 10 anos que atualmente rivaliza com beisebol e basquete. Hoje em dia, mais crianças abaixo dos 12 anos jogam futebol do que beisebol, basquete e futebol americano juntos. Segundo a FIFA, os EUA têm 18 milhões de jogadores registrados.Muitos imigrantes hispânicos trouxeram a tradição de seus países e ajudaram a populiarizar o esporte nos EUA. Mas o futebol nem de longe se restringe aos hispânicos. Já existe até uma faixa demográfica apelidada de “mães do futebol” (soccer moms): mulheres brancas de classe média, que vivem no subúrbio e passam boa parte do tempo em suas mini-vans, buscando seus filhos (normalmente meninas) nos treinos de futebol.
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