DAIMOKU É UM TIPO DE MEDITAÇÃO?

Daimoku é um tipo de meditação?

 
Edição 534 - Publicado em 09/Fevereiro/2013 - Página 14
 
Esta seção explica alguns conceitos do Budismo Nitiren e traz uma pergunta com resposta curta e direta a fim de auxiliar nas questões do seu Chakubuku.
 
 
Como descrito no início do capítulo “Hoben”, do Sutra de Lótus, que recitamos todos os dias no Gongyo, Sakyamuni levanta-se serenamente de sua profunda meditação (samadhi) e começa a expor o ensinamento do Sutra.

Essa meditação consiste em concentrar a mente num único ponto para atingir uma condição de vida inabalável e nítida como um espelho, isto é, Sakyamuni entra em samadhi, ou meditação concentrada. Mas isso não significa que, nos Últimos Dias da Lei (período atual), as pessoas devam se isolar nas montanhas e florestas e praticar a meditação ou contemplação sentadas.

Nitiren Daishonin, que lutou em meio ao povo para possibilitar que todas as pessoas atingissem a suprema iluminação, rejeita essas práticas como não condizentes com a época atual.
Hoje, a meditação concentrada (samadhi) corresponde à recitação do Gongyo e do Daimoku. Não realizamos essa prática de meditação concentrada (samandhi) retirados nas montanhas e florestas, longe da sociedade. Em vez disso, tendo como base a prática diária do Gongyo e do Daimoku, polimos nossa vida a cada dia, evidenciamos infinita sabedoria e coragem e atuamos na sociedade. Esta é a disciplina que estamos pondo em prática.

No livro Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, o presidente Ikeda explica: “A contemplação pela contemplação ou a meditação pela meditação não fazem sentido algum. No Sutra Vimalakirti, Sakyamuni explana claramente que a verdadeira meditação não se refere a uma contemplação solitária debaixo de uma árvore, mas sim ao desempenho de um papel ativo na sociedade ostentando a verdade”.

E continua, citando um episódio da vida Gandhi, que se devotou à ação e à prática em meio às pessoas: “Afirma-se que Mahatma Gandhi respondeu a uma pessoa que insistia em levá-lo a uma vida de meditação: ‘Não tenho necessidade de me retirar em uma caverna para esse propósito. Carrego sempre a caverna comigo aonde quer que vá’”.

O Budismo não é uma religião que fecha os olhos para o sofrimento das pessoas, mas um ensinamento que abre os olhos delas. Portanto, o Budismo é o caminho que possibilita a todos tornarem-se felizes. Ficar em profunda meditação, desviar os olhos das contradições da sociedade e dos pensamentos seculares não é a verdadeira prática budista.
O verdadeiro espírito de meditação reside na manifestação de nossa sabedoria inata na sociedade e na luta resoluta por nossa felicidade e pela felicidade de outras pessoas, bem como para construir uma sociedade próspera.

Nitiren Daishonin levantou-se em prol da humanidade e revelou a Lei fundamental do universo — o Nam-myoho-rengue-kyo — para que as pessoas pudessem praticá-la. Ele não passava seu tempo sentado em meditação concentrada. Ao contrário, enquanto se empenhava numa luta de vida ou morte contra os Três Poderosos Inimigos, dedicava-se de corpo e alma para escrever cartas e tratados a seus seguidores e para assegurar o eterno fluxo do Kossen-rufu, propagando essa Lei pela felicidade de todas as pessoas e para o bem da humanidade.

A ação de recitar o Gongyo e o Daimoku faz com que nossa vida brilhe com suprema sabedoria e avance ao longo do caminho de genuína vitória, partindo a cada dia do ponto primordial da vida para uma vigorosa jornada. “Dessa forma, estejam certos de que os membros da SGI, que oram com determinação de que ‘Lutarei hoje também’, ‘Farei o melhor amanhã também’, estão praticando a frase ‘levantou-se serenamente de sua meditação’ a cada manhã e noite”.
Fonte: Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, p. 53-55.

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