POLÍTICA BRASILEIRA

ECONOMISTA EXPLICA ESFACELAMENTO DO GOVERNO TEMER
“A aparente solidez do bloco social e político que afastou Dilma Rousseff do exercício da Presidência desfez-se em menos de 90 dias”, diz Laura Carvalho, economista e professora da USP. Em seu artigo publicado, ela explica que esse esfacelamento não se deve somente aos constrangimentos das revelações diárias de envolvimento de lideranças do governo com esquemas de corrupção. “Os termos da renegociação da dívida dos Estados, a licença para gastar concedida aos ministérios da base e a aprovação dos reajustes para o funcionalismo fizeram com que a generosidade dos economistas tidos como mais sérios desse lugar ao ceticismo.”
A economista resgata ainda o mito de que o governo Dilma estaria extrapolando nos gastos. “O mito da gastança talvez se apoie no aumento das despesas com benefícios sociais, incluindo aposentadorias e pensões do INSS, seguro-desemprego, Bolsa Família e outros benefícios. O que os dados mostram, no entanto, é que o total dessas despesas cresceu 5,2% no governo Dilma, ante 5,9% no segundo mandato de FHC, por exemplo.”
A diferença, explica, é que houve uma redução da arrecadação, tanto com o fim da CPMF quanto à diminuição na movimentação econômica. No entanto, o cenário que já criava uma expectativa de contingenciamento, se complica ainda mais após o golpe.
“O governo Temer acrescentou a essa estratégia um relaxamento fiscal fisiológico para garantir o impeachment, com impactos deletérios sobre o déficit dos próximos anos e baixo efeito multiplicador sobre a renda e o emprego”.
Lembrando o poeta indignado Augusto de Campos, Laura Barbosa de Carvalho conclui: “O paraíso prometido com a derrubada da presidente Dilma revela-se cada vez mais ‘um céu de mentira, presente do passado que não muda.’"

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